É inegável que as tecnologias hoje impregnam todos os meios de comunicação, trabalho e lazer. Em toda parte e por qualquer hora, fazemos uso de um recurso tecnológico, mesmo sem nos darmos conta disso. As ferramentas tecnológicas chegaram como progresso, como meio de facilitar a vida das pessoas. Chegou cercada de mistério e fascínio. Causou desconfiança em alguns, pavor pra outros e, não sendo de se estranhar, maravilhou crianças e jovens. Assim, logo veio a tornar-se o grande atrativo da juventude. A cada nova ferramenta criada, um desafio estava lançado. Eles buscaram, experimentaram, arriscaram. Aprenderam a utilizar as máquinas pra dominar um mundo repleto de novidades, bem diferente do que era oferecido até então.
E nesse contexto, a escola quis ocupar seu espaço, porém numa posição inversa. A tecnologia entrou, mas não causou o alvoroço que causou do lado de fora. A televisão,o vídeo eram máquinas que vinham na intenção de tomar o lugar do professor, portanto chegaram revestidos de desconfianças e os alunos não os conceberam da mesma forma que os viam do lado de fora. Estes eram meros repetidores do que já havia sido falado pelos professores, ou estavam ali para enfeitar a escola. Da mesma maneira, vieram os computadores, raros, quase inatingíveis para os alunos. Construiu-se assim uma barreira quanto à inovação na sala de aula, quando deveria ter sido uma excelente oportunidade de desenvolver um ensino e uma aprendizagem em parceria com a criatividade e interação proporcionados pelas novas tecnologias.
Mas como as mudanças chegaram pra ficar, por serem a cada dia mais necessárias e cumprirem bem seu papel rumo a modernidade, a escola sente a urgência de adequar seu currículo as novas exigências. Como promover o ensino e aprendizagem desvinculada do mundo tecnológico? Como atrair o aluno para fazer novas descobertas de forma arcaica, ultrapassada se fora da escola o mesmo problema ele resolve navegando num mundo fascinante de descobertas, interagindo, dominando esse mundo até então desconhecido?
O primeiro e grande desafio, certamente, consiste em contagiar o professor. Este sim, o verdadeiro articulador das situações de aprendizagem. Num trabalho inverso ao que se deu com os alunos que, abraçaram o novo sem ressalvas. Eles vieram pela curiosidade, pelo fascínio, pela aventura de explorar e, portanto, estão prontos pra receber e perceber o conhecimento através das tecnologias. Já o professor, mesmo entendendo que esses recursos são verdadeiros aliados da aprendizagem, ainda precisa derrubar as barreiras iniciais, os mitos que foram construídos em torno das mídias na escola. Para recuperar o tempo perdido, é preciso mergulhar na informação em busca de uma formação pedagógica que atenda aos novos anseios da escola e da educação no atual contexto de mundo. Esse novo mundo que cada vez mais exige interação, a busca por um conhecimento que muda a toda hora, é dinâmico e exige uma nova postura do professor e inovação constante na sua prática.
É nesse pressuposto que as mídias são colocadas no cenário educacional. A proposta é integrar as diversas tecnologias a serviço do ensino e da aprendizagem. Não da forma superficial e pouco funcional que está acontecendo hoje, porém colocando as mídias a disposição do aluno para que ele construa e reconstrua o saber; busque e aprofunde seus conhecimentos, imersos num cenário informatizado. A escola é esse cenário e ela deve estar pronta para atender essa demanda que avança vertiginosamente e que obriga a mudanças urgentes dos paradigmas instalados.
Os repetitivos fracassos escolares, os resultados medíocres nos números educacionais nos apontam que a escola precisa mudar. O currículo precisa ser adaptado ao novo, o ambiente escolar deve estar propício a uma verdadeira imersão tecnológica. O professor em constante aperfeiçoamento para mediar e promover essa aprendizagem, desenvolvendo novas formas de aprender e ensinar e para isso, as tecnologias proporcionam novas possibilidades pois devolve pra escola a responsabilidade pela construção do conhecimento, de forma mais atrativa, instigadora e dinâmica.
São estas as grandes contribuições que, a meu ver, colocam os recursos tecnológicos como grandes aliados do processo ensino e aprendizagem e proporcionam uma formação integral do aluno, preparado para agir no mundo e para o mundo.
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